quinta-feira, 20 de outubro de 2011

ENCONTROS E DESPEDIDAS

Por que será que beira de praia sempre tem um desocupado pra lá e pra cá sem fazer nada, só curtindo, como se não houvesse amanhã?
Sempre achei isso um pouco estranho, de onde saem essas pessoas?
Será que esses seres obedecem ao princípio da geração espontânea, eles simplesmente brotam do nada?
Na minha última viagem a Ibiraquera tal fenômeno me surpreendeu mais ainda, pois agora também estão aparecendo cachorros do nada.
Esse aí da foto é um deles.
Confesso que era até bem simpático, embora tivesse uma carinha um pouco estranha, tipo assim de quem toma maconha.
Sim, porque você nunca viu um cachorro fumando, viu?
Foi chegando de mansinho, ficou do meu lado sem falar nada e por um processo natural de socialização acabamos mantendo contato.
Perguntei se queria tirar uma foto e como quem cala consente, mandei ver.
O exibido foi logo fazendo mil poses, viajou na maionese, parecia que ia sair num anúncio de pet shop.
Deu até uma de Indiana Jones, entrou na lagoa, parou lá no meio e voltou para o meu lado novamente.
Ainda bem que o cartão da máquina não estava muito cheio, senão ia faltar espaço para tanta foto.
Enfim, foi bem legal.
Andamos mais um pouco juntos, nos despedimos e eu fiquei pensando...
Vai ver que é por aí o caminho...
E por que não?
Parece que todos temos uma necessidade em comum, a de nos sentirmos acolhidos de alguma maneira.
Parece também que somos levados a compartilhar coisas, momentos, emoções, a nossa vida em si.
Que bom isso e se não "atrapalharmos" iremos quase que naturalmente descobrindo a forma de fazer as coisas.
Sendo um pouco flexíveis, abrindo a guarda, relaxando um pouco, tudo vai acontecendo.
Só não me acostumei ainda com as despedidas.
Por que a gente tem que se separar assim tão rápido daquilo que está gostando?
É tão bom ficar juntos...
Um encontro, um passeio e daqui a pouco, tchau!
Mas enfim, esse deve ser o nosso eterno conflito com a morte e uma despedida não deixa de ser o prenúncio de que estamos prestes a ter uma perda imediata.
Gostaria de poder levar tudo e todos comigo e por mais maluco que isso possa ser, às vezes tenho a sensação que realmente acontece.
Pelo menos em conteúdo simbólico.
Eu sou o que vivi.
Apaixonadamente.
Luís Poeta

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