segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

SERÁ QUE DEUS É PAGÃO?

Paga pra ver verá, paga pra ver verá! Paguei o fgts, o iof, o inss. Paguei o iptu e o ipva adiantados pra ganhar o desconto. Paguei o seguro obrigatório, o seguro de vida, o seguro de incêndio. Paguei o plano de saúde e a conta da farmácia. Paguei pra tudo ficar bem seguro e a barra poder segurar. Paguei a internet, a tv a cabo e o telefone. Paguei o celular pré pago pra poder falar. Paguei o condomínio, a chamada extra, o fundo de reserva, o fundo de obras, a taxa de uso do salão de festas. Paguei a taxa de cobrança, o juro, a correção, paguei o sub-total, o total e tudo o que tinha pra pagar. Paguei o ticket de estacionamento, paguei o flanelinha pra não riscar meu carro, paguei o pedágio na ida e na volta. Paguei o ágio, o adágio e o presságio. Paguei pra uma vidente ver se a minha vida iria melhorar? Evidente... Mas vai ter que pagar o preço se quiser prosperar. Paguei pra ver o meu time perder. Paguei pra ver o Lula governar. Paguei o maior mico. Paguei pra ver se a minha namorada me amava. Paguei pra ser corno e paguei pra uma terapeuta me descornear. Paguei até o que não devia, paguei o dízimo numa igreja pra Jesus me abençoar. Paguei todos os pecados que cometi na vida, paguei pra ser feliz e paguei pra me desesperar. Paguei, paguei e ainda muito pagarei. Só espero não ter que pagar pra entrar no céu. Aliás era só o que faltava, alguém querer cobrar. Mas, e por que não? Será que Deus é pagão? Agora me ponho a pensar... Luís Poeta

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

PESSOAS

Interessante essa dificuldade que tenho em desfrutar dos prazeres institucionais.
Parece que as vitrines não foram feitas para mim.
Sou, ou pelo menos me sinto, um estranho no ninho e confesso que isso já me preocupou um pouco.
Preocupou pela distância que me impôs em relação à felicidade daquelas coisas que o dinheiro pode comprar.
Mesmo pagando o preço quando possível, não conseguia sentir prazer em tê-las.
Sabe aquela contabilidade de "quantas a gente tomou naquela festa"?
Realmente um porre.
E aqueles "lugares maravilhosos" que a tua amiga visitou...
Cobertos de gelo e que ela fez 750 fotos e quer te mostrar.
E agora?
E aquela "pousada aconchegante" com um riacho nos fundos, lembra?
Não, não lembro.
Mas enfim, a vida quase sempre propõe compensações e é claro que tive as minhas.
Com o passar do tempo descobri o meu próprio caminho.
Descobri as pessoas.
No circuito off-line é claro.
Curtir a noite?
Sim, de preferência recostado no colo de quem se ama.
Viajar?
Pra qualquer lugar, estando acompanhado.
Não fazer nada?
Perfeito, podemos ficar só conversando e está ótimo.
Ver um bom filme, tomar um sorvete, ir à praia, almoçar juntos, até mesmo passear num shopping, com pessoas em volta tudo fica assim mais...
Mais assim, como eu diria?
Ah, não importa.
O que importa são as pessoas...
Luís Poeta

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

PAUL MCCARTNEY EM PORTO ALEGRE

Fui ao show de Paul Mc Cartney, não exatamente para vê-lo (pois acabei não entrando), mas para testemunhar um momento histórico e encontrar meu filho que estava na fila.
E como isso foi significativo para mim.
Juntos, até poderíamos fazer parte da letra de uma música: Era um garoto, que como eu, amava os Beatles e os Rolling Stones...
Em 1965 eu também era um garoto, que morava no Rio de Janeiro com sua família e estava apaixonado pela professora de Inglês e por uma melodia que acabara de ser lançada.
Yesterday, all my troubles seemed so far away...
Mas que problemas afinal, poderia ter um menino de 12 anos.
Muitos, principalmente quando se está tão loucamente apaixonado.
Mas pouco sabia de mim mesmo e de tudo o que acontecia ao meu redor.
Os Beatles representaram na sua época um dos maiores movimentos da contracultura na música pop, assim como o Festival de Woodstook em 69 e o show de Roger Waters do Pink Floyd - The Wall Live em Berlin em 1990.
Eu, tive o privilégio de ser testemunha viva desses momentos em que a arte escreveu a história.
Quem não gostaria de deixar para os seus descendentes algo de tão lindo e emocionante?
Tenha um bom show Rafael, e faça você também a sua história.
Luís Poeta

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

O CURIOSO CASO DE MEU BLOG

Em Julho de 2009, incentivado por amigas, inaugurei meu blog.
Como acabara de assistir "O CURIOSO CASO DE BENJAMIN BUTTON", resolvi extrair do filme um pequeno texto que me chamou atenção.
Sem maiores pretensões, ali estava a minha primeira postagem.
Só que o referido texto, tornou-se também "O CURIOSO CASO DE MEU BLOG".
Passados 15 meses da publicação, é a postagem com o maior número de acessos.
Sem buscar maiores explicações para o fato, quero apenas dizer que fico feliz com isso e me sinto de certa forma recompensado.
Recompensado por ter sido, ao longo da vida, um eterno otimista.
Hoje sei que, embora tenha pago um alto custo pela minha convicção, não estou só.
Ao contrário, estou fazendo fila e ao lado de outras tantas pessoas, que por uma identificação em seus processos de amadurecimento, descobriram um sentido maior em suas vidas.
Descobriram a humanidade em si mesmas.
Humanidade essa, que necessita de muita consciência, flexibilidade, esperança e força, para não desistir dos seus sonhos, para não desistir dos seus amores, pois...
Nunca é tarde demais ou cedo demais
Pra ser quem você quiser ser
Não há limite de tempo
Comece quando você quiser
Você pode mudar ou ficar como está
Não há regras para esse tipo de coisa
Podemos encarar a vida de forma positiva ou negativa
Espero que encare de forma positiva
Espero que veja coisas que surpreendam você
Espero que sinta coisas que nunca sentiu antes
Espero que conheça pessoas com ponto de vista diferente
Espero que tenha uma vida da qual você se orgulhe
E se você descobrir que não tem
Espero que tenha forças pra conseguir começar
Novamente...
Texto do filme "O CURIOSO CASO DE BENJAMIN BUTTON"
Comentário de Luís Poeta

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

CHO DORNELES NO BRIQUE

A Feira de Artes do Brique da Redenção contou nesse domingo com a participação de Cho Dorneles.
O mestre do "papel machê" expôs seus trabalhos de altíssima técnica e indiscutível bom gosto. Peças conceituais, utilitárias e decorativas, que particularmente admiro muito.
Sempre bem humorado, recebeu amigos, alunos e colegas. Foi clicado pela revista Fala Brasil e teve a experiência do contato direto com o público do Brique, o que é ótimo, diga-se de passagem.
Luís Poeta

terça-feira, 5 de outubro de 2010

EXPERIMENTAR, ARRISCAR... ISSO É VIDA.

Talvez um dia eu me case e possa me arrepender, mas não antes de experimentar o mesmo cobertor, numa cama que eu possa chamar de nossa. Porque arrependimento pode também não haver. Com passos firmes entrarei, quem sabe em uma editora, num jornal e pedirei que consigam um emprego bacana pra mim, correndo o risco de ouvir um não seguido de outro, mas que um dia se tornará um sim. Pintarei o cabelo de chocolate, loiro mel, ameixa, mesmo correndo o risco de detestar a cor. Mas não pintar, nunca vai me dar a lembrança da experiência. Quando eu sair do teto da minha casa maternal, que eu sinta saudades, mesmo jurando de pés juntos hoje que nunca vou sentir. Tomarei um porre de frente pro mar, pra acabar com essa idéia louca de que isso é cool, ou pra ter certeza que é realmente cool. Vou pintar as paredes de rosa, e enjoar, querendo logo depois um azul anil, um violeta. Escolherei ter mais paciência em setembro, mais disciplina, mais responsabilidade. Em outubro, vou escolher ter menos paciência que muitas vezes imobiliza, menos disciplina que amorna e menos responsabilidade pra não ter cara chata. Eu quero experimentar. O que é a vida além de experimentações? Vanessa Moreira

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

"QUE COISA..."

"A vida é uma coisa tão comum - todo mundo tem uma - que a gente não presta muita atenção nela. É um pouco como luz elétrica e coleta de lixo: só se dá o valor devido quando falta. Mas também não se pode andar por aí em permanente espanto com a vida, tão absorvido pelo seu mistério e suas surpresas que não se tem tempo para mais nada nada , inclusive viver. A correta posição diante da vida, portanto, deve ser um meio-termo. Vivê-la com naturalidade, pois não há nada mais corriqueiro, mas uma vez por semana (ou por semestre, dependendo do seu tempo para filosofar) pensar nela com seriedade e dizer: "Que coisa...". Ou algo mais profundo, claro." Luís Fernando Veríssimo

sábado, 4 de setembro de 2010

SAUDADE

Como é difícil entender a vida como uma trajetória.
E mais ainda, uma trajetória de coisas boas e ruins.
Talvez fosse mais fácil viver na eterna redundância, repetindo padrões de comportamento, emoção e sentimento.
Porque... Convenhamos, quem não quer o bom e o bem?
E quem não quer o bom e o bem várias e várias e várias vezes.
Mas somos, eu diria que até por natureza, viajantes do tempo.
Somos feitos de encontros e despedidas, diárias.
E não adianta voltar naquele lugar maravilhoso, com as mesmas pessoas, com as mesmas propostas, que não será mais a mesma coisa.
Pode ser até melhor, porém, nunca igual.
Mas nossas lembranças, assim como as fotografias, são estanques.
Pontuam momentos em que nossas vivências se fundiram com a idéia de felicidade.
E onde tudo isso fica guardado?
Na memória do passado, é claro.
E que saudade que às vezes nos dá, o que um dia vivemos...
E que saudade nos dá o que isso representou para nós.
Saudade, palavrinha difícil de ser definida e que sequer existe em alguns idiomas.
Saudade, esse desejo inconsciente de poder ressuscitar o passado.
Quem sente saudade é porque de alguma forma viveu bons e importantes momentos, qualidades fundamentais para que algo se torne inesquecível.
Já ouvi dizer que viver do passado é como dirigir um carro olhando pelo espelho retrovisor.
Faz sentido.
Mas também já vi muito acidente de percurso acontecer em função daquilo que nos atropela, quem diria, justamente pelas costas vindo do passado.
Então, olho no espelho retrovisor, nem que seja só de saudade.
Luís Poeta

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

ME MANDA UM E-MAIL.

Quando me diziam que tudo na vida tem um preço eu achava graça, como se na vida tudo fosse pago.
E é claro que não é assim, mas é quase isso.
A vida tem um custo, que nos é debitado emocionalmente, psiquicamente, em forma de trabalho ou simplesmente pelo tempo que empregamos na realização de qualquer atividade física ou mental.
E por mais que nossos objetivos sejam recompensados é comum acontecer um stress, um desgaste de energia, no decorrer de todos os processos.
Energia essa que nem sempre é refeita da maneira ideal ou como gostaríamos.
Talvez seja por isso que inventaram o que hoje chamamos de férias.
As férias são períodos ideais para relaxar, descansar, renovar e todas essas coisas que terminam em "ar", como por exemplo respirar!
Maravilha isso.
O único problema das férias é que nós sempre vamos juntos.
Nós e tudo aquilo que compõe o nosso universo, esse que até um dia atrás era justamente o motivo do stress.
De onde concluo, talvez prematuramente, que férias de verdade são aquelas que tiramos de nós mesmos.
Como isso pode ser feito?
É o que estou tentando descobrir nos últimos tempos e estou aberto à sugestões.
Me manda um e-mail.
Luís Poeta

domingo, 25 de julho de 2010

A TRAIÇÃO DO CÃO DE GUARDA

Conhecer o amor e a paixão dentro de um relacionamento, profundamente, sempre foi e será para poucos. O amor, a paixão e tudo aquilo que depender de variantes tão complexas e incontroláveis ao mesmo tempo. Imagine algo, que para ser sentido e entendido envolva uma série de conceitos pessoais que deverão formar um equilíbrio que abranje inclusive a estética dos 5 sentidos. Sim, porque o amor tem o cheiro de um corpo, o gosto de um beijo, o tom da voz de uma pessoa, a imagem e a forma do que nos fascina de maneira visual e tátil. Amamos com o coração, mas decodificamos e entendemos o amor, também, através dos sentidos. E se eu dissesse que um dia encontrei tudo o que procurava? Não vou nem pedir que alguém acredite, mas foi. Mais inacreditável do que isso, só mesmo o motivo pelo qual fui expulso do paraiso: -Minha amada foi infiel, não soube dar valor ao que tinha nas mãos e me trocou por um monte de merda chamado "Artur". Gostaria de pelo menos admirar o meu rival, para poder no mínimo respeitá-lo. Sentiria-me menos ultrajado, por ele e por ela. Dos comportamentos sociais que cultivamos, tentando mostrar educação, acho o máximo da hipocrisia não podermos expressar nossos reais sentimentos nem pelos que se posicionaram, espontaneamente, como nossos inimigos. Mas estou ficando velho e mal educado. Meu benzinho, você foi péssima. Que mal gosto, heim? Produto de segunda linha do Paraguai. Ainda bem que você tem mais sorte que juízo! E eu também... Luís Poeta

domingo, 18 de julho de 2010

EXPOSIÇÃO DE TINA FELICE NO TEMPLO DO ORIENTE

Encontrei o par perfeito. E é algo mais ou menos assim: conhecer um lugar maravilhoso como o Templo do Oriente (Cel. Bordini 92) e ao mesmo tempo visitar a mais recente exposição de Tina Felice com suas Caras e Bocas multiemocionais e multicoloridas. O resto é por conta da imaginação de cada um, a criatividade de cada um, a sensibilidade de cada um... E que haja muita! Luís Poeta

quarta-feira, 30 de junho de 2010

LANÇAMENTO DO CD RÁDIO BUZINA. Escrito para a Revista Fala Brasil

Fui ao show de lançamento do CD DA RÁDIO BUZINA com dois amigos, Tina Felice e Calu Silveira, ambos expositores da Feira de Artes do Brique da Redenção e apreciadores do bom e do bem. No palco do Salão de Atos da UFRGS, 23 outros amigos da cultura mostraram o que mais gostam e sabem fazer: "música". Essas pessoas queridas são as figurinhas carimbadas que todos nós, gaúchos, gostaríamos de ter no álbum das recordações musicais das nossas vidas e que por sorte temos. É, só cresce quem se conhece e há que se conhecer esse CD histórico e imperdível tanto quanto foi o show... Sou bairrista? Talvez seja, mas sabe que tenho um certo orgulho disso. Tenho orgulho dessa história que vem sendo escrita por esses artistas que tivemos a oportunidade de aplaudir mais uma vez. Gelson Oliveira, Mônica Tomasi, Nelson Coelho de Castro, Marisa Rotenberg, Raul Elwanger, Ana Krüger, Kako Xavier, Andréa Cavalheiro, Zé Caradípia e tantos outros. Obrigado a todos, meus ouvidos agradecem. Ah, ia esquecendo, o CD custou 10 pilas. Pode? Luís Poeta

segunda-feira, 31 de maio de 2010

A CARA DA FELICIDADE

Sou uma pessoa de sorte. Conheço a felicidade e conheço bem de perto. Quem diria, e não é que ela tem nome, endereço e telefone?... Tem um sorriso lindo, tem uma voz agradável, tem a altura e o peso ideal para uma grande paixão. É extremamente delicada e consegue traduzir em palavras uma ternura tão aconchegante que deixaria à vontade até mesmo uma pessoa estranha. É atemporal, possui o sexo dos anjos e sintetiza o espírito do bem. Hummm, já sei o que você está pensando: -Mas isso é uma pessoa e eu também conheço alguém assim. Que bom diria eu, que bom que você também conhece a felicidade. As várias felicidades que habitam a nossa vida. Habitam a nossa vida e dão sentido a ela. Nos fazem companhia, compartilham, sorriem, choram e se vão. Nos telefonam, nos procuram, conversam, escutam e se vão. Depois voltam, se vão e voltam novamente. Como as ondas do mar. O seria de nós sem os nossos amigos? O que seria de nós sem os nossos amores? Hoje eu não teria respostas para essas perguntas. Mas tenho o privilégio da consciência, de mim mesmo e do que me cerca. Sei do valor e da importância que as pessoas têm em minha vida. E é tal que às vezes se fundem e se confundem em meu pensamento, vida e pessoas. Talvez seja essa a idéia mais próxima do tudo e do todo. E vejam só, mais uma vez estou falando de relacionamentos. Relacionamentos que em sua grande maioria possuem a cara da felicidade. Luís Poeta

quarta-feira, 12 de maio de 2010

MANUAL E PRODUTO

"Querida Paciente" -Você que está querendo entender os homens e seus relacionamentos e para isso foi buscar uma espécie de manual escrito pela Oprah Winfrey. Saiba então, que existe uma diferença muito grande entre manual e produto. Vamos pegar por exemplo uma máquina fotográfica que é algo um pouco complexo, muito menos que uma pessoa é claro. Puxa, quanta diferença entre o conhecimento de todos os botõezinhos e a paisagem em sí. Quanta diferença entre a paisagem em sí e as lembranças que aquela foto um dia nos trará. Lembranças essas que estarão ligadas a qualidade de relacionamento que no momento da foto tivemos com a paisagem, com o tudo e o todo. O quanto nos identificamos, o quanto amamos, o quanto nos entregamos a essa vivência no momento em que acontecia. Assim são os relacionamentos. Retratos das nossas vivências com as pessoas, com a vida, com o tudo e o todo. Ah, o manual, que num primeiro momento parecia tão importante, acabei esquecendo dele. É que na hora da foto estavam acontecendo muitas coisas ao mesmo tempo. Eu estava emocionado com a beleza do lugar, estava envolvido com as pessoas que me acompanhavam. Naquele dia já havia experimentado tantos sentimentos, acordara tão disposto, depois me senti um pouco cansado e fui de novo. E assim foi, e depois mais um dia e um outro dia e um outro dia. E assim foi, e depois mais um relacionamento e um outro relacionamento e um outro relacionamento. Às vezes com a mesma pessoa, às vezes com pessoas diferentes. Foi fácil, foi difícil, agradável, às vezes nem tanto. Fui feliz, às vezes sofri, às vezes nem tanto. Enfim... A vida acabou se tornando os meus relacionamentos. Olhando para trás, não imagino como consegui fazer tantas coisas, ser tantas coisas. Só sei que foi vivendo que o caminho se fez. Eu acabei sendo o meu próprio caminho. Eu acabei sendo o meu próprio e maior relacionamento. Aquelas pessoas estavam ali, me amando, para que eu me conhecesse através delas. Aquelas pessoas estavam ali, me amando, para que eu me amasse através delas. E assim foi, tudo junto e misturado. Coisa que nenhum manual, com certeza, jamais poderia prever, muito menos explicar.
(Esse texto foi escrito originalmente como uma hipotética resposta ao questionamento de uma paciente à sua terapeuta. Como o tema é fascinante tomei a liberdade de usá-lo como fonte de inspiração.)
Luís Poeta

quinta-feira, 22 de abril de 2010

O PEDIDO

Se na vida tudo viesse
Servido de bandeja
Quando o garçom perguntasse:
-E então, já sabe o que deseja?
Sem dúvidas eu responderia:
-Café com leite, açúcar e torrada
Amor, aconchego e um beijo
Da mulher amada...
Luís Poeta

segunda-feira, 5 de abril de 2010

MAYA - ILUSÃO

O feriadão de Páscoa me propiciou a oportunidade de viajar com amigos e com eles ter conversas interessantes e esclarecedoras sobre um dos meus temas preferidos que é relacionamentos. Estava sendo questionado que seria preciso muito amor para se permanecer juntos em uma relação. Minha maior surpresa foi que respondi que não, que seria preciso sim, é de muita vontade. Gostar de uma pessoa é uma coisa, vontade de ficar juntos é outra muito diferente. Talvez o maior engano da minha vida afetiva foi imaginar que o amor que eu sentia por alguém encaminharia a nossa relação para algo de comum entre nós. De comum entre nós, a não ser o que sentíamos um pelo outro, existiu muito pouco. Cheguei a ser avisado por aquela pessoa como ela era. Meu único erro foi imaginar que eu pudesse ser mais importante do que as suas verdades e as suas crenças. Único e grande erro. Erro esse que me custou muita dor e sofrimento. Ingenuidade? Burrice? Cegueira? Que diferença isso faz agora? Só sei que hoje quando escuto alertas como os que ouvi, não ouso nem questionar, simplesmente acredito. Crescer dói muito. Muito. Não enxergar a realidade como ela é, dói ainda mais. Em um dos grupos de Mitologia Grega que participei, proferi uma daquelas frases que acaba deixando todo mundo em silêncio e com uma certa sensação de desconforto: -Chego a triste conclusão que a maioria das coisas que um dia busquei, nunca existiram, não existem e não há a menor possibilidade de existirem. É no mínimo engraçado de tão realista. No induismo, do qual sou um simpatizante (quase adepto), isso se chama Maya. Ilusão. Talvez seja por isso que escrevo poesias. Preciso acreditar que ainda existe algo em que se possa acreditar. Preciso acreditar que existe algo que ainda vai me surpreender além da realidade como ela é. E em assim sendo, hoje, uma das coisas que mais valorizo nas pessoas é o senso de humor. Quem consegue por exemplo, rir de si mesmo é porque está muito a vontade nesse mundo. Sinto-me assim e acho isso bom, mas bem que gostaria que o meu senso de humor se transformasse em senso de amor. Melhor que poder rir de si mesmo, é conseguir sorrir para o amor. Luís Poeta

quarta-feira, 24 de março de 2010

OK MAN?

É, não havia dúvida.
Ele estava ali na minha frente.
Elvis...
Inclusive me olhou, sorriu e disse:
-Ok man?
Gostei!
Me fez pensar que cada um tem o seu charme.
Você já descobriu qual é o seu?
Luís Poeta
(Jairo Mello é o cover de Elvis na foto.)

terça-feira, 9 de março de 2010

E LÁ VAMOS NÓS...

Era o final de mais um domingo no Brique, quando presenciei uma dessas cenas interessantes que te chamam a atenção.
Um grupo de "sombras" interagia com as pessoas que ali estavam.
Sem pensar em nada, simplesmente fotografei o momento.
Mas olha que engraçado, esse sujeito na beira da calçada.
É parecido comigo, ou melhor dizendo, conosco.
E lá vamos nós...
Nós e nossas crenças, nossas convicções, nossas certezas e incertezas.
Se pudéssemos nos ver, assim de fora, seríamos quase sempre cômicos.
Quanto tempo se perde discutindo pontos de vista, opiniões, posicionamentos, quando no entanto bastaria ser.
Mas ser de verdade, ser por inteiro, com sinceridade.
Aparentemente, talvez não mudasse muita coisa, mas estaríamos menos em conflito com as nossas sombras.
Essas criaturas que nos seguem de maneira implacável, querendo decidir coisas prontas e que estão prestes a acontecer por si só, para o nosso bem.
Claro, se não fosse essa mania de questionar o inquestionável, como se a opinião que temos a respeito de algo fosse mais importante que a própria coisa em si.
Luís Poeta

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

VISITA AO ATELIER DE SÉRGIO GARCIA

Feriadão de carnaval...
Que ótimo!
E quem não gosta de carnaval?
Quem não gosta de carnaval visita os amigos, toma um café gostoso no fim de tarde, conta uns "causos" curiosos, dá boas risadas e está feita a festa.
Ah, e ainda aprende alguma coisa sobre arte e cultura.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

IMAGENS DE PORTO ALEGRE

Dos "points" em que o visual fala por si, aqui em Porto Alegre, um dos meus preferidos é o Timbuca.
Olhar a paisagem, conversar com os amigos ou simplesmente desfrutar da paz daquele lugar...
Você não acha?

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

PERDAS AMOROSAS

Quem está pronto para elas? Quando amamos alguém passamos a nos identificar de tal forma com a pessoa amada que nossos referenciais de individualidade se fundem e se confundem dentro de nós. Perdemos nossa identidade. Geralmente, passamos a acreditar mais em nossos sonhos e esperanças em relação ao amor do que em nós mesmos. Perdemos nossa auto estima. Realidade e utopia nesse momento se tornam um coquetel do qual nos servimos a vontade e nos torna servos daquilo que não vimos e muito menos queremos ver: o limite do bom senso e principalmente o nosso limite para suportar o insuportável. Perdemos nossa dignidade. Assim foi comigo. Após a tragédia, febril por um mês e meio. Quatro meses sem trabalhar. Instabilidade emocional no mais alto grau. Riso e choro se alternavam como se fossem sequência lógica um do outro. O inferno, ao lado de quem eu tanto amava. Dezesseis anos se passaram e sou procurado por um amigo na mesma situação. Ele me pede um abraço e chora seu inconformismo. Então, a grande surpresa quando fico sabendo o motivo pelo qual fui procurado. Justamente por já haver passado por isso. Me emociono, e aquele filmezinho de terror passa rápido na minha cabeça. Não consigo me imaginar como exemplo de superação, mas mesmo assim lhe dou 3 conselhos: -1) Não tomes nenhuma decisão precipitada; -2) Não procures achar razões para o acontecido; -3) Tente lembrar do que restou e ainda está a teu lado contando contigo: a tua vida e os teus filhos. Fico feliz por poder ajudar o meu amigo. Feliz e sem saber o que pensar de mim mesmo. Dezesseis anos se passaram e as lembranças dessas perdas ainda se fazem presentes em mim. Quanto tempo ainda vou levar para reconstruir o "Haiti" do meu coração. Esse paraiso de vida simples que um dia coloquei nas mãos de quem jamais deveria... Luís Poeta

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

PARADISE

É verão
Fim de tarde
Sol poente
Brisa fria
Corpo quente
E eu aqui
Pra ti
De presente...
Luís Poeta