terça-feira, 24 de novembro de 2009

LAZER E PRAZER

Eu li em um dos livros do Ruy Castro que, ainda melhor do que unir o útil ao agradável, é unir o agradável ao agradável. Uma idéia carioquíssima. A exaltação do desfrute. Há tempos venho pensando sobre isso. Conheço muitas pessoas que vão ao cinema, a boates e restaurantes e parecem eternamente insatisfeitas. Até que li uma matéria com a escritora Chantal Thomas na revista República e ela elucidou minhas indagações internas com a seguinte frase: 'Na sociedade moderna há muito lazer e pouco prazer'. Lazer e prazer são palavras que rimam e se assemelham no significado, mas não se substituem. É muito mais fácil conquistar o lazer do que o prazer. Lazer é assistir a um show, cuidar de um jardim, ouvir um disco, namorar, bater papo. Lazer é tudo o que não é dever. É uma desopilação. Automaticamente, associamos isso com o prazer: se não estamos trabalhando, estamos nos divertindo. Simples demais.... Em primeiro lugar, podemos ter muito prazer trabalhando. Basta redefinir o que é prazer. O prazer não está em dedicar um tempo programado para o ócio. O prazer é residente. Está dentro de nós, na maneira como a gente se relaciona com o mundo. Chantal Thomas aborda a idéia de que o turismo, hoje, tem sido mais uma imposição cultural do que um prazer. As pessoas aglomeram-se em filas de museus e fazem reservas com meses de antecedência para ir comer no lugar da moda, pouco desfrutando disso tudo... Como ela diz, temos solicitações culturais em demasia. É quase uma obrigação você consumir o que está em evidência. E se é uma obrigação, ainda que ligeiramente inconsciente, não é um prazer. Complemento dizendo que as pessoas estão fazendo turismo inclusive pelos sentimentos, passando rápido demais pelas experiências amorosas, entre elas o casamento. Queremos provar um pouquinho de tudo, queremos ser felizes mediante uma novidade. O ritmo é determinado pelas tendências, de comportamento que exigem uma apreensão veloz do universo. Calma! O prazer é mais baiano! O prazer não está em ler uma revista, mas na sensação de estar aprendendo algo. Não está em ver o filme que ganhou o Oscar, mas na emoção que ele pode lhe trazer. Não está em faturar uma garota, mas no encontro das almas. Está em tudo o que fazemos sem estar atendendo a pedidos. Está no silêncio, no espírito, está menos na mão única e mais na contramão. O prazer está em sentir. Uma obviedade que merece ser resgatada antes que a gente comece a unir o útil com o útil, deixando pra lá o essencial. Texto de José Arreguy Pimentel

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

O PALHAÇO

Se você tivesse acreditado
Na minha brincadeira de dizer verdades,
Teria ouvido verdades
Que teimo em dizer brincando.
Falei muitas vezes
Como um palhaço,
Mas nunca desacreditei
Da seriedade da platéia,
Que sorria.

Fred Maia

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

SKY WALL

O muro do céu

É para almas

De gato.

Uby Oliveira

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

MULHERES (Para Uby Oliveira)

Mulheres, mulheres, mulheres

Se todas que amo

Sentassem juntas à mesa

Faltariam talheres...

Luís Poeta

terça-feira, 3 de novembro de 2009

ATENÇÃO II:

Tenha sempre um certo cuidado
Quando estiver ao lado
De bruxas, mágicos, poetas
E encantadores de serpente...
Luís Poeta