Interessante essa dificuldade que tenho em desfrutar dos prazeres institucionais.
Parece que as vitrines não foram feitas para mim.
Sou, ou pelo menos me sinto, um estranho no ninho e confesso que isso já me preocupou um pouco.
Preocupou pela distância que me impôs em relação à felicidade daquelas coisas que o dinheiro pode comprar.
Mesmo pagando o preço quando possível, não conseguia sentir prazer em tê-las.
Sabe aquela contabilidade de "quantas a gente tomou naquela festa"?
Realmente um porre.
E aqueles "lugares maravilhosos" que a tua amiga visitou...
Cobertos de gelo e que ela fez 750 fotos e quer te mostrar.
E agora?
E aquela "pousada aconchegante" com um riacho nos fundos, lembra?
Não, não lembro.
Mas enfim, a vida quase sempre propõe compensações e é claro que tive as minhas.
Com o passar do tempo descobri o meu próprio caminho.
Descobri as pessoas.
No circuito off-line é claro.
Curtir a noite?
Sim, de preferência recostado no colo de quem se ama.
Viajar?
Pra qualquer lugar, estando acompanhado.
Não fazer nada?
Perfeito, podemos ficar só conversando e está ótimo.
Ver um bom filme, tomar um sorvete, ir à praia, almoçar juntos, até mesmo passear num shopping, com pessoas em volta tudo fica assim mais...
Mais assim, como eu diria?
Ah, não importa.
O que importa são as pessoas...
Luís Poeta