quinta-feira, 22 de abril de 2010

O PEDIDO

Se na vida tudo viesse
Servido de bandeja
Quando o garçom perguntasse:
-E então, já sabe o que deseja?
Sem dúvidas eu responderia:
-Café com leite, açúcar e torrada
Amor, aconchego e um beijo
Da mulher amada...
Luís Poeta

segunda-feira, 5 de abril de 2010

MAYA - ILUSÃO

O feriadão de Páscoa me propiciou a oportunidade de viajar com amigos e com eles ter conversas interessantes e esclarecedoras sobre um dos meus temas preferidos que é relacionamentos. Estava sendo questionado que seria preciso muito amor para se permanecer juntos em uma relação. Minha maior surpresa foi que respondi que não, que seria preciso sim, é de muita vontade. Gostar de uma pessoa é uma coisa, vontade de ficar juntos é outra muito diferente. Talvez o maior engano da minha vida afetiva foi imaginar que o amor que eu sentia por alguém encaminharia a nossa relação para algo de comum entre nós. De comum entre nós, a não ser o que sentíamos um pelo outro, existiu muito pouco. Cheguei a ser avisado por aquela pessoa como ela era. Meu único erro foi imaginar que eu pudesse ser mais importante do que as suas verdades e as suas crenças. Único e grande erro. Erro esse que me custou muita dor e sofrimento. Ingenuidade? Burrice? Cegueira? Que diferença isso faz agora? Só sei que hoje quando escuto alertas como os que ouvi, não ouso nem questionar, simplesmente acredito. Crescer dói muito. Muito. Não enxergar a realidade como ela é, dói ainda mais. Em um dos grupos de Mitologia Grega que participei, proferi uma daquelas frases que acaba deixando todo mundo em silêncio e com uma certa sensação de desconforto: -Chego a triste conclusão que a maioria das coisas que um dia busquei, nunca existiram, não existem e não há a menor possibilidade de existirem. É no mínimo engraçado de tão realista. No induismo, do qual sou um simpatizante (quase adepto), isso se chama Maya. Ilusão. Talvez seja por isso que escrevo poesias. Preciso acreditar que ainda existe algo em que se possa acreditar. Preciso acreditar que existe algo que ainda vai me surpreender além da realidade como ela é. E em assim sendo, hoje, uma das coisas que mais valorizo nas pessoas é o senso de humor. Quem consegue por exemplo, rir de si mesmo é porque está muito a vontade nesse mundo. Sinto-me assim e acho isso bom, mas bem que gostaria que o meu senso de humor se transformasse em senso de amor. Melhor que poder rir de si mesmo, é conseguir sorrir para o amor. Luís Poeta