segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

ESTADO DE SÍTIO

Quem já não ouviu falar nisso?
Mas em Águas Claras, em especial para mim, estado de sítio passou a ser uma espécie de estado de espírito...
Morar em um sítio é um projeto de muitos anos, agora realizado em sua etapa inicial, ou seja, a compra.
Foi uma longa procura e uma longa espera.
Uma espera quase que infindável do tão esperado "plim"!
Sim, porque não basta ter o dinheiro, é preciso dar o "plim"!
Sem o "plim", nada feito.
E não é que deu...
Árvores adultas, muito verde, abacate, banana, bergamota, laranja, pêra, taquara, bambu e boa sombra.
Só não tem água fresca porque o poço ainda não foi perfurado, mas ela existe em abundância no sub solo.
Águas Claras não tem esse nome em vão, realmente a água aqui é da melhor qualidade.
Mas a qualidade da minha compra não se restringiu a paisagismo, localização, preço ou condições, a coisa foi mais além.
O principal é que estive o tempo todo entre amigos.
Fomos felizes, cada um fazendo a sua parte e nos divertimos muito.
A vida pode ser diferente, é só questão de construir uma realidade, de preferência o mais consciente possível.
Consciente e coerente.
A compra de um imóvel por exemplo, não pode ser boa apenas para uma das partes e nesse sentido o papel do corretor é fundamental.
Meus corretores Carlos e Tula, além de toda a orientação técnica que é bem específica nessa área, souberam me aconselhar da chance que estava tendo nas mãos.
Eu na verdade, já estava cansado de uma procura sem fim e sem resultados.
Já estava pensando em desistir do meu propósito.
Como disseram meus amigos, já havia revirado Águas Claras de cabeça para baixo e não gostara de nada.
Mas na última horinha, como sempre acontece comigo, ali estava a minha oportunidade.
E acabei fazendo o negócio numa espécie de consenso geral.
Creio em um destino construtivo, sem ser um fatalista.
Bastava sentar e ficar esperando?
Iria aparecer igual?
Talvez sim, não sei.
O que posso dizer é que da maneira como aconteceu foi muito mais emocionante.
Luís Poeta
(Carlos Imóveis fica na RS 040 P-85 nº 18895 em Águas Claras, fone 34981441.)

sábado, 19 de novembro de 2011

SOMOS TODOS IGUAIS

Uma das afirmações mais usadas e manipuladas que conheço é a de que somos todos iguais.
Talvez tenha sido por isso a minha dificuldade em aceitá-la como uma possível verdade.
Só que minha aceitação, eu diria que nada passiva, veio através de um longo e exaustivo processo de amadurecimento.
E que bom que assim foi, só me resta pensar.
A sensação de paz que isso me traz, hoje, é impar (na falta de um termo melhor).
Sentir-me um igual, quem diria, meu grande êxtase.
Igual em potencialidade, mesmo com diferentes atributos.
Igual em capacidade, mesmo com diferentes finalidades.
Igual em valor, mesmo com diferentes potencialidades e capacidades.
O que chamamos de sociedade se expressa a partir do indivíduo.
Nossa integração nessa dita sociedade, a meu ver, acontece na sua melhor forma através do reconhecimento em nós dessas três idéias em equilíbrio, potencialidade, capacidade e valor.
Caso isso não aconteça, será difícil mas não impossível é claro, estabelecer-se uma relação sadia de troca com o todo, tão necessária para que nos sintamos "parte de".
O interessante é que o crescimento do indivíduo está diretamente ligado a possibilidade de integração social, pois crescer apenas para dentro pode ser o começo de um isolamento.
E agora, o que fazer para que se estabeleça nossa sobrevivência nesse universo de egos, quereres e poderes?
Essa é a parte mais difícil, a prática.
Confesso que já não lembro exatamente o trajeto que me trouxe até aqui, só sei que contei com a ajuda e a tolerância de muita gente.
Meus amigos, meus afetos, meus amores e um exercício de auto-aceitação contínuo, talvez tenha sido dessa forma que a transformação possibilitou a tomada de consciência desse sentimento.
Sim, porque sentir-se um igual é mais um sentimento do que qualquer outra coisa.
De qualquer maneira, a tudo e a todos o meu muitíssimo obrigado.
Luís Poeta

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

ENCONTROS E DESPEDIDAS

Por que será que beira de praia sempre tem um desocupado pra lá e pra cá sem fazer nada, só curtindo, como se não houvesse amanhã?
Sempre achei isso um pouco estranho, de onde saem essas pessoas?
Será que esses seres obedecem ao princípio da geração espontânea, eles simplesmente brotam do nada?
Na minha última viagem a Ibiraquera tal fenômeno me surpreendeu mais ainda, pois agora também estão aparecendo cachorros do nada.
Esse aí da foto é um deles.
Confesso que era até bem simpático, embora tivesse uma carinha um pouco estranha, tipo assim de quem toma maconha.
Sim, porque você nunca viu um cachorro fumando, viu?
Foi chegando de mansinho, ficou do meu lado sem falar nada e por um processo natural de socialização acabamos mantendo contato.
Perguntei se queria tirar uma foto e como quem cala consente, mandei ver.
O exibido foi logo fazendo mil poses, viajou na maionese, parecia que ia sair num anúncio de pet shop.
Deu até uma de Indiana Jones, entrou na lagoa, parou lá no meio e voltou para o meu lado novamente.
Ainda bem que o cartão da máquina não estava muito cheio, senão ia faltar espaço para tanta foto.
Enfim, foi bem legal.
Andamos mais um pouco juntos, nos despedimos e eu fiquei pensando...
Vai ver que é por aí o caminho...
E por que não?
Parece que todos temos uma necessidade em comum, a de nos sentirmos acolhidos de alguma maneira.
Parece também que somos levados a compartilhar coisas, momentos, emoções, a nossa vida em si.
Que bom isso e se não "atrapalharmos" iremos quase que naturalmente descobrindo a forma de fazer as coisas.
Sendo um pouco flexíveis, abrindo a guarda, relaxando um pouco, tudo vai acontecendo.
Só não me acostumei ainda com as despedidas.
Por que a gente tem que se separar assim tão rápido daquilo que está gostando?
É tão bom ficar juntos...
Um encontro, um passeio e daqui a pouco, tchau!
Mas enfim, esse deve ser o nosso eterno conflito com a morte e uma despedida não deixa de ser o prenúncio de que estamos prestes a ter uma perda imediata.
Gostaria de poder levar tudo e todos comigo e por mais maluco que isso possa ser, às vezes tenho a sensação que realmente acontece.
Pelo menos em conteúdo simbólico.
Eu sou o que vivi.
Apaixonadamente.
Luís Poeta

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

DE VOLTA PRA CASA

Estou de mudança, mais uma vez.
E fazia tanto tempo que não brincava de casinha que havia até esquecido como isso é bom.
Planejar o futuro imediato, sonhar com a realidade que está acontecendo e fazer tudo isso em paz, que maravilha.
O que não quer dizer, de modo algum, que tenha contado com o apoio de todos os que me cercam.
As pessoas de um modo geral, na busca da auto-afirmação, só conseguem gostar das suas próprias verdades.
Totalmente compreensível, porém, ando em busca é das coisas do coração.
Nessa trilha as questões são outras.
Minha casa não é perto de nada, ela é próxima de mim mesmo.
Não é o melhor investimento financeiro que já fiz até hoje, mas com certeza terá sido o maior investimento em felicidade que já fiz na minha vida.
Quando não é mais preciso morar perto do trabalho, ou da escola dos filhos, ou onde os outros gostariam, nesse momento estamos indo de volta pra casa.
A morada dos meus sonhos, a minha verdadeira casa, que custou mas chegou.
Quem quiser me visitar, já vou até dando o endereço, fica na rua que sobe e desce e o número desaparece.
E não pense que esse lugar não existe, está aí a foto para comprovar.
Misturando alhos com bugalhos, lembrei um pensamento budista dos que mais gosto:
-Só existe uma verdade definitiva, a mudança.
Que ela venha então.
Luís Poeta

quinta-feira, 21 de julho de 2011

TEMPOS DE INOCÊNCIA

Ah, esses invernos que nos deixam tão pensativos, tão introspectivos... Saudosista no meu caso. Foi assim que terminei olhando fotos com um amigo num desses dias frios e cinzentos. Até porque nada melhor que um pouco de emoção para aquecer e confortar nosso coração, nosso espírito e nossa alma. Em qualquer e com qualquer tempo. E que bom que se possa ter boas lembranças das coisas que se foram, das coisas que passaram. Que bom que possamos ser agradecidos às pessoas que deram sentido às nossas vidas. Sinto que é dessa maneira que o amor se eterniza, em nós, no tudo e no todo. Nesses tempos de inocência como se referiu o meu amigo. Nesses tempos em que estivemos tão próximos do verdadeiro sentido da vida. Sem questionar que sentido seria esse, simplesmente vivenciando. Essa é, e sempre será a nossa maior e mais importante herança. Formadora de um "eu" que no futuro terá condições de lançar-se ao desconhecido, buscando novos horizontes, novos caminhos. Mesmo que lá não haja nada de tão novo assim. Não importa. É a vida, que como o mar nos contempla com um espetáculo em ondas de uma beleza infinita. E é por essa beleza que vivemos. Infinitamente. Luís Poeta

domingo, 19 de junho de 2011

APOSENTADORIA, PRÊMIO OU CONDENAÇÃO?

Um dos sonhos que abandonei pelo meio do caminho foi o da tão sonhada "aposentadoria". Aposentar-se representa para muitos, entrar em um espaço de tempo, em que teremos tempo para fazer tudo o que não fizemos durante a vida. Teremos tempo para prestar mais atenção na vida, estar com as pessoas que amamos, ir morar na beira do mar ou naquela casa de campo no meio da natureza. Projetos, sonhos, devaneios, idealizações a espera da aposentadoria. Aposentadoria essa, que na maioria das vezes é apenas o começo de mais uma infindável frustação. Aposentadoria como realização é algo contraditório em si mesmo. A vida é uma complexa rede de interligações que nos trazem como recompensa maior a certeza de fazer parte do todo. Essa certeza, eleva o pessoal à categoria de social. Passamos a ser úteis, importantes e necessários, inclusive para nós mesmos. Será que alguém gostaria de ficar de fora disso? Eu não recomendaria. Dessas frases de imã de geladeira, uma das que mais gosto diz: "Ser feliz é ter o que fazer". E sabe que acho que é isso mesmo. Fazer um canteiro novo com flores do campo, fazer um curso de "algo de bom" durante as férias, fazer um passeio legal com o seu melhor amigo. Fazer um happy-hour com o Sol no final da tarde, esperando a Lua que com certeza vai chegar atrasada. Fazer yoga, praticar meditação, fazer as pazes com Deus. Fazer de você uma pessoa melhor e acima de tudo, ter muito, mas muito prazer em fazer da vida o que você tiver para fazer. Luís Poeta

terça-feira, 3 de maio de 2011

O CAMINHO DE BUDA

Aprender o caminho de Buda
É aprender sobre si mesmo
Aprender sobre si mesmo
É esquecer-se de si mesmo
Esquecer-se de si mesmo
É ser abençoado por tudo
O que existe no mundo
Ser abençoado por tudo
O que existe no mundo
É deixar-se quedar
No próprio corpo
E na própria mente...

quinta-feira, 24 de março de 2011

NORMOSE

"Todo mundo quer se encaixar num padrão. Só que o padrão propagado não é exatamente fácil de alcançar. O sujeito "normal" é magro, alegre, belo, sociável, bem-sucedido, bebe socialmente, está de bem com a vida e não pode parecer de forma alguma que está passando por algum problema. Quem não se "normaliza", quem não se encaixa nesses padrões, acaba adoecendo. A angústia de não ser o que os outros esperam de nós gera bulomias, depressões, síndromes do pânico e outras manifestações de não enquadramento. A pergunta a ser feita é: quem espera o quê de nós? Quem são os ditadores de comportamento que exercem tanto poder sobre nossas vidas? Nenhum João, Zé ou Ana bate à sua porta exigindo que você seja assim ou assado. Quem nos exige é uma coletividade abstrata que ganha presença através de modelos de comportamento amplamente divulgados. A normose não é brincadeira. Ela estimula a inveja, a auto-depreciação e a ânsia de querer ser o que não se precisa ser. Você precisa de quantos pares de sapato? Comparecer a quantas festas por mês? Pesar quantos quilos até o verão chegar? Então, como aliviar os sintomas desta doença? Um pouco de auto-estima não basta. Pense nas pessoas que você mais admira: não são as que seguem todas as regras bovinamente, e sim, aquelas que desenvolveram personalidade própria e arcaram com os riscos de viver uma vida a seu modo. Criaram o seu "normal" e jogaram fora a fórmula, não patentearam, não passaram adiante. O normal de cada um tem que ser original. Não adianta querer tomar para si as ilusões e desejos dos outros. É fraude. E uma vida fraudulenta faz sofrer demais. Eu simpatizo cada vez mais com aqueles que lutam para remover obstáculos mentais e emocionais e tentam viver de forma mais íntegra, simples e sincera. Para mim são os verdadeiros normais, porque não conseguem colocar máscaras ou simular situações. Se parecem sofrer, é porque estão sofrendo. E se estão sorrindo, é porque a alma lhes é iluminada. Por isso divulguem o alerta: a normose está doutrinando erradamente homens e mulheres que poderiam, se quisessem, ser bem mais autênticos e felizes." Michel Schimidt - Psicoterapeuta

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

ATMA (ALMA)

A cada dia
A mídia inventa,
Um novo truque diferente,
Para distrair
Minha alma brincalhona.
Enquanto isso,
A vida passa ao largo
Sem ao menos ser percebida,
Nos templos e mosteiros,
Nos consultórios de psicologia,
Nessas ruas e casas
De nós mesmos tão vazias.
O povo que há em mim
Grita querendo mais
E mais e mais.
Nessa fome insaciável,
De felicidade
Alegria e prazer.
E como será
A vida além disso?
Talvez seja essa a única pergunta,
Que nem eu mesmo conseguirei responder...
Luís Poeta

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

NAMASTÊ

Quero agradecer aos meus amigos, leitores e incentivadores que desde o primeiro momento em que esse blog passou a existir me deram o prazer das suas companhias. Me deram uma razão para continuar escrevendo. O conteúdo das minhas postagens é na verdade uma transcrição das minhas vivências, do meu diálogo com a vida. Em certos momentos tomado de uma paz suprema, como um monge em êxtase, olhando pela janela do seu quarto nas montanhas do Himalaia. Em outros, envenenado pela cólera do inconformismo que sempre me foi peculiar, ainda bem, diria eu. Agradeço emocionado às pessoas da Albânia, Alemanha, Angola, Argentina, Austrália, Belarus, Brasil, Canadá, Colombia, Coréia do Sul, Croácia, Emirados Árabes, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda, Índia, Indonésia, Irã, Israel, Itália, Japão, Letônia, Macau, Malásia, Portugal, Reino Unido, Rússia, Tailândia, Taiwan, Ucrânia e Venezuela, que compartilharam comigo preciosos momentos das suas vidas. Por favor, não me abandonem. Um ótimo ano que se inicia para todos nós. Calma, paciência e ponderação, já seria um bom começo. Pelo sim, pelo não, mais uma vez agradeço. Luís Poeta