segunda-feira, 31 de maio de 2010

A CARA DA FELICIDADE

Sou uma pessoa de sorte. Conheço a felicidade e conheço bem de perto. Quem diria, e não é que ela tem nome, endereço e telefone?... Tem um sorriso lindo, tem uma voz agradável, tem a altura e o peso ideal para uma grande paixão. É extremamente delicada e consegue traduzir em palavras uma ternura tão aconchegante que deixaria à vontade até mesmo uma pessoa estranha. É atemporal, possui o sexo dos anjos e sintetiza o espírito do bem. Hummm, já sei o que você está pensando: -Mas isso é uma pessoa e eu também conheço alguém assim. Que bom diria eu, que bom que você também conhece a felicidade. As várias felicidades que habitam a nossa vida. Habitam a nossa vida e dão sentido a ela. Nos fazem companhia, compartilham, sorriem, choram e se vão. Nos telefonam, nos procuram, conversam, escutam e se vão. Depois voltam, se vão e voltam novamente. Como as ondas do mar. O seria de nós sem os nossos amigos? O que seria de nós sem os nossos amores? Hoje eu não teria respostas para essas perguntas. Mas tenho o privilégio da consciência, de mim mesmo e do que me cerca. Sei do valor e da importância que as pessoas têm em minha vida. E é tal que às vezes se fundem e se confundem em meu pensamento, vida e pessoas. Talvez seja essa a idéia mais próxima do tudo e do todo. E vejam só, mais uma vez estou falando de relacionamentos. Relacionamentos que em sua grande maioria possuem a cara da felicidade. Luís Poeta

quarta-feira, 12 de maio de 2010

MANUAL E PRODUTO

"Querida Paciente" -Você que está querendo entender os homens e seus relacionamentos e para isso foi buscar uma espécie de manual escrito pela Oprah Winfrey. Saiba então, que existe uma diferença muito grande entre manual e produto. Vamos pegar por exemplo uma máquina fotográfica que é algo um pouco complexo, muito menos que uma pessoa é claro. Puxa, quanta diferença entre o conhecimento de todos os botõezinhos e a paisagem em sí. Quanta diferença entre a paisagem em sí e as lembranças que aquela foto um dia nos trará. Lembranças essas que estarão ligadas a qualidade de relacionamento que no momento da foto tivemos com a paisagem, com o tudo e o todo. O quanto nos identificamos, o quanto amamos, o quanto nos entregamos a essa vivência no momento em que acontecia. Assim são os relacionamentos. Retratos das nossas vivências com as pessoas, com a vida, com o tudo e o todo. Ah, o manual, que num primeiro momento parecia tão importante, acabei esquecendo dele. É que na hora da foto estavam acontecendo muitas coisas ao mesmo tempo. Eu estava emocionado com a beleza do lugar, estava envolvido com as pessoas que me acompanhavam. Naquele dia já havia experimentado tantos sentimentos, acordara tão disposto, depois me senti um pouco cansado e fui de novo. E assim foi, e depois mais um dia e um outro dia e um outro dia. E assim foi, e depois mais um relacionamento e um outro relacionamento e um outro relacionamento. Às vezes com a mesma pessoa, às vezes com pessoas diferentes. Foi fácil, foi difícil, agradável, às vezes nem tanto. Fui feliz, às vezes sofri, às vezes nem tanto. Enfim... A vida acabou se tornando os meus relacionamentos. Olhando para trás, não imagino como consegui fazer tantas coisas, ser tantas coisas. Só sei que foi vivendo que o caminho se fez. Eu acabei sendo o meu próprio caminho. Eu acabei sendo o meu próprio e maior relacionamento. Aquelas pessoas estavam ali, me amando, para que eu me conhecesse através delas. Aquelas pessoas estavam ali, me amando, para que eu me amasse através delas. E assim foi, tudo junto e misturado. Coisa que nenhum manual, com certeza, jamais poderia prever, muito menos explicar.
(Esse texto foi escrito originalmente como uma hipotética resposta ao questionamento de uma paciente à sua terapeuta. Como o tema é fascinante tomei a liberdade de usá-lo como fonte de inspiração.)
Luís Poeta