sábado, 5 de maio de 2012

UM LUGAR AO SOL


Quem não quer?
Um lugar ao sol...
Mas essa tão disputada posição, estaria condicionada a quê?
Esforço, merecimento, dedicação, fé?
Na verdade não sabemos exatamente, o que define isso.
Um lugar ao sol, me parece a princípio, que depende de haver sol.
O que já é uma condição sobre-humana, totalmente fora do nosso alcance.
Então, digamos que uma boa parte dessa possibilidade não nos pertence.
E mesmo que apelemos ao sobrenatural, teríamos que ser atendidos pelo simples fato de querermos ou merecermos alguma coisa?
Não consigo acreditar.
Me parece que Deus estaria ocupado demais para se preocupar se estou satisfeito com o meu carro, a minha casa, o meu emprego ou a minha própria vida.
A relação com o divino, se não fugir à regra, deve ser uma relação de troca.
Se quero paz, devo dar paz, deixar em paz, mesmo que seja Deus.
Não podemos sobrecarregar as fontes naturais de vida.
Principalmente porque nos foi dado junto com ela (a vida) uma boa parte do ferramental necessário para que consigamos, além de sobreviver, alcançar nossos propostos objetivos.
Os possíveis é claro.
E aí está um ponto interessante, é muito comum buscarmos coisas que não existem.
Ou que até existem, mas somente na nossa cabeça.
Que chance teremos a partir dessa hipótese?
Quase nenhuma.
Considerando-se o fato de que não estamos sós e que a maioria das coisas está interligada à vontade e ao poder de ação das outras pessoas, teremos que reconsiderar a maior parte dos nossos desejos.
E mais, respeitar o ciclo natural de tudo o que plantamos: nascer, crescer, florescer.
Só então começa a haver a possibilidade de um lugar ao sol nessa nossa dita sociedade democrática.
Conseguimos chegar até a praia, conseguimos nossa cômoda cadeira e nosso guarda sol, às vezes até uns confortos extras, e agora?
Agora, por mais incrível que pareça, precisamos nos abrigar um pouco do próprio sol que buscamos tão avidamente.
O que de melhor as benesses podem nos trazer é paz e equilíbrio interior.
Sempre na justa medida da capacidade de absorção de cada um, imprescindível para que possamos desfrutar dessa nossa "divina condição humana"...
Luís Poeta

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