"Querida Paciente"
-Você que está querendo entender os homens e seus relacionamentos e para isso foi buscar uma espécie de manual escrito pela Oprah Winfrey.
Saiba então, que existe uma diferença muito grande entre manual e produto.
Vamos pegar por exemplo uma máquina fotográfica que é algo um pouco complexo, muito menos que uma pessoa é claro.
Puxa, quanta diferença entre o conhecimento de todos os botõezinhos e a paisagem em sí.
Quanta diferença entre a paisagem em sí e as lembranças que aquela foto um dia nos trará.
Lembranças essas que estarão ligadas a qualidade de relacionamento que no momento da foto tivemos com a paisagem, com o tudo e o todo.
O quanto nos identificamos, o quanto amamos, o quanto nos entregamos a essa vivência no momento em que acontecia.
Assim são os relacionamentos.
Retratos das nossas vivências com as pessoas, com a vida, com o tudo e o todo.
Ah, o manual, que num primeiro momento parecia tão importante, acabei esquecendo dele.
É que na hora da foto estavam acontecendo muitas coisas ao mesmo tempo.
Eu estava emocionado com a beleza do lugar, estava envolvido com as pessoas que me acompanhavam.
Naquele dia já havia experimentado tantos sentimentos, acordara tão disposto, depois me senti um pouco cansado e fui de novo.
E assim foi, e depois mais um dia e um outro dia e um outro dia.
E assim foi, e depois mais um relacionamento e um outro relacionamento e um outro relacionamento.
Às vezes com a mesma pessoa, às vezes com pessoas diferentes.
Foi fácil, foi difícil, agradável, às vezes nem tanto.
Fui feliz, às vezes sofri, às vezes nem tanto.
Enfim...
A vida acabou se tornando os meus relacionamentos.
Olhando para trás, não imagino como consegui fazer tantas coisas, ser tantas coisas.
Só sei que foi vivendo que o caminho se fez.
Eu acabei sendo o meu próprio caminho.
Eu acabei sendo o meu próprio e maior relacionamento.
Aquelas pessoas estavam ali, me amando, para que eu me conhecesse através delas.
Aquelas pessoas estavam ali, me amando, para que eu me amasse através delas.
E assim foi, tudo junto e misturado.
Coisa que nenhum manual, com certeza, jamais poderia prever, muito menos explicar.
(Esse texto foi escrito originalmente como uma hipotética resposta ao questionamento de uma paciente à sua terapeuta. Como o tema é fascinante tomei a liberdade de usá-lo como fonte de inspiração.)
Luís Poeta
Querido Luis
ResponderExcluirQue saudade!
Saudade de você... saudade do grupo...
Adorei o texto. E, lendo-o, encontrei você, o colega Luis tão transparente e hermético, com suas metáforas, tão solidário, tão cru em seus posicionamentos.
Grande beijo, muito carinho
Zulmira
E AI POETA,
ResponderExcluirE IMAGINAR QUE FUI EU QUE SUGERI PARA QUE ENTRASSE NO MUNDO VIRTUAL, PARABÉNS
FICOU MUITO LEGAL
UM ABRAÇO DO TRIOOOOOOOOOOOOOO
Nossa! Muito bonito, não só pelo tom poético, mas pelo colorido pessoal.
ResponderExcluirÉ verdade, cada um de nós experimenta os relacionamentos, ou a falta deles, de acordo com o que vive afetivamente (nossas historias). A nossa melhora quanto a eles esta ligada a mudança de “olhar”, um resignificar do que sentiu negativamente ou distorcido.
Querido! Não posso deixar de te parabenizar. Parabéns pelas tuas “Ns” capacidades: de escrever, se colocar tão belamente no conteúdo e, acima de tudo, se resignificar constantemente.
Grande abraço
Cláudia Guglieri
Meu mais novo amigo Poeta, minha velha conhecida alma amiga,
ResponderExcluirAdorei tuas idéias e as palavras e as formas e o ritmo, as combinações com que as expressa!
Adorei te conhecer num domingo de céu limpo, de sol alto, de muitos gritos de felicidades infantis no Brique da Redenção, um palco tão querido para o meu coração.
Viva a Vida, Viva este Porto que me conduz entre seus anjos mais alegres. Alegre e anjo em um só como és tu!
Tenha uma semana Linda!
:) Fernanda